O governo federal brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, distribuiu uma meta ambiciosa de realizar 35 leilões de rodovias até o final de seu terceiro mandato. Para atingir esse objetivo, o governo está incentivando a entrada de novos investidores nos certos, buscando mitigar os desafios impostos pelo ciclo de juros elevados no país. O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou a importância de atrair fundos de investimentos e atores internacionais para essas disputas.
Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, Renan Filho explicou que a estratégia envolve uma transição no perfil dos participantes dos leilões. Inicialmente, as construtoras eram as principais interessadas, seguidas por vendas especializadas. Agora, o foco está em grandes investidores do mercado, aproveitando a liquidez internacional e o interesse global em investir no Brasil. Segundo o ministro, os retornos oferecidos pelos projetos brasileiros são superiores aos de grandes fundos soberanos, como os da Arábia Saudita e Singapura.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desempenha um papel crucial na estruturação dos projetos, aumentando a racionalidade econômica e financeira. Além disso, o Brasil oferece três características atrativas para o capital internacional: projetos sustentáveis, segurança alimentar global e rentabilidade atrativa. Esses fatores são fundamentais para atrair recursos internacionais e financiar projetos de infraestrutura.
Recentemente, o leilão da BR-381, conhecida como “BR da Morte”, foi um marco significativo. Após quatro tentativas fracassadas, a gestora 4UM arrematou a concessão, comprometendo-se a investir R$ 5,5 bilhões e operar a via por 30 anos. Outros leilões bem-sucedidos incluem o lote 1 de rodovias do Paraná, vencido pelo Pátria, e a BR-040, arrematada pela EPR, demonstrando o potencial de atração de investimentos no setor.
A estratégia do governo também inclui a criação de novos produtos financeiros, como as debêntures de infraestrutura, que já foram utilizadas em operações relacionadas à Dutra. O BNDES garantiu a emissão desses papéis, que foram adquiridos por grandes bancos, demonstrando a capacidade do Brasil de utilizar seu mercado de capitais crescente para financiar uma infraestrutura.
Apesar dos desafios, o governo mantém a meta de realizar oito leilões em 2024, com a expectativa de realizar pelo menos um leilão por mês até o final do ano. Renan Filho afirmou que, mesmo que alguns leilões sejam adiados para o próximo ano, a agenda de editais já está adensada, garantindo a continuidade dos projetos.
O ministro destacou que a meta atual supera significativamente o histórico de um leilão por ano apresentado no passado recente. Ele enfatizou que o governo conseguiu “virar a chave” e demonstrar que é possível realizar mais leilões, fortalecendo a infraestrutura nacional e tornando o Brasil mais competitivo no cenário global.
O cronograma do Ministério dos Transportes prevê leilões adicionais, incluindo o da BR-040/GO/MG, marcado para 26 de setembro. Com um gasoduto arrojado e o apoio a investimentos públicos e privados, o governo busca transformar a infraestrutura rodoviária do país, impulsionando o desenvolvimento econômico e social.